O Ministério da Saúde incinerou, em 2024, cerca de 10,9 milhões de vacinas fora do prazo, principalmente contra a Covid-19. Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação mostram que a quantidade de imunizantes vencidos deve crescer, uma vez que o estoque nacional inclui outras 12 milhões de doses expiradas, prontas para descarte, sendo 9 milhões da Janssen contra a Covid-19. Em nota, a pasta minimizou o impacto, alegando que a incineração segue protocolos normais de gestão e que desperdícios mínimos são previstos em políticas públicas.
Entre as vacinas já descartadas, além das doses de Covid-19, figuram imunizantes infantis, como 3,1 milhões de DTP (difteria, tétano e coqueluche) e 663,2 mil para febre amarela. Atrasos na campanha de vacinação contra a Covid-19, que começou apenas em maio com lotes de validade curta, complicaram a distribuição. O Ministério afirma que supostas campanhas de desinformação têm afetado a adesão popular à vacinação, especialmente contra a Covid-19, o que agrava o desperdício.
O Ministério da Saúde argumentou ainda que adota práticas para minimizar perdas, como contratos plurianuais e entregas parceladas. “Para evitar desperdício e garantir proteção máxima, o Ministério adotou inovações, como entrega conforme demanda e possibilidade de troca pela versão mais atual aprovada pela Anvisa”, informou a pasta. A nota oficial também ressaltou que cerca de 300 milhões de doses são compradas anualmente para o Programa Nacional de Imunizações, o que justificaria a necessidade de reserva técnica.