Nicolás Maduro tomou posse nesta sexta-feira (10) para seu terceiro mandato presidencial na Venezuela, em meio a acusações de fraude eleitoral e repressão a opositores. A cerimônia contou com a presença de representantes de regimes ditatoriais e da embaixadora do Brasil, Glivânia Oliveira, enviada pelo governo Lula (PT). A participação brasileira foi criticada por setores que apontam o apoio diplomático como conivência com práticas antidemocráticas.
Horas antes da posse, o regime de Maduro fechou a fronteira com a Colômbia, alegando uma suposta “conspiração internacional”. A medida, anunciada pelo governador do estado fronteiriço de Táchira, Freddy Bernal, deve permanecer até segunda-feira (13) e afeta diretamente atividades econômicas locais. “Temos controle absoluto do Estado”, declarou Bernal ao justificar a decisão. O governo colombiano reiterou que não reconhece os resultados eleitorais e criticou as ações repressivas contra a oposição.
O clima de tensão se intensificou com o aumento de detenções arbitrárias e desaparecimentos forçados relatados por ONGs e pela ONU. Entre os casos recentes estão o desaparecimento de Carlos Correa, diretor da ONG Espacio Público, e a breve detenção da política opositora María Corina Machado. Entidades de direitos humanos cobraram do governo brasileiro um posicionamento mais firme diante das denúncias de repressão, que, segundo as Nações Unidas, incluem 27 desaparecimentos após as eleições questionadas.