Lula da Silva (PT) afirmou que não manteve contato com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde que o republicano assumiu novamente a Casa Branca em janeiro. Em entrevista à revista The New Yorker, publicada nesta quinta-feira (8), Lula declarou não ter interesse na interlocução: “Se eu tiver um problema e precisar ligar pra ele, ligarei”, disse, acrescentando que, até o momento, nenhuma das partes tomou a iniciativa de diálogo. O petista aproveitou a ocasião para desdenhar do americano: “Aqueles republicanos [estavam] aplaudindo qualquer bobagem que ele dizia”.
Durante a conversa, Lula acusou Trump de promover ideias semelhantes às do anarquismo, sugerindo que seu discurso flerta com o descrédito institucional. Sem citar data ou local exatos, o líder da esquerda brasileira disse ter visto uma fala do norte-americano no Congresso dos EUA que o fez recordar “o mesmo tipo de discurso que os anarquistas faziam na Itália e no Brasil no início do século”. Para Lula, o presidente americano busca uma sociedade “sem instituições”, regida apenas “pelo império do capital”.
Na mesma entrevista, o petista criticou a atuação dos Estados Unidos em guerras recentes e ironizou a influência americana nas democracias ocidentais. Afirmou que o país é o que “mais fala em paz e democracia” e, ao mesmo tempo, “mais trava guerras”. Lula também criticou o vice J.D. Vance e o empresário Elon Musk, a quem acusou de supostamente negar a importância das instituições democráticas. Enquanto isso, o petista defendeu a China como parceira essencial para o Brasil, exaltando sua capacidade tecnológica e seu papel no comércio global.
