Lula da Silva (PT) defendeu publicamente o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), que foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. O petista está atualmente em Genebra para uma conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), onde afirmou que Juscelino tem o direito de provar sua inocência antes de qualquer decisão ser tomada. “Eu acho que o fato de o cara estar indiciado não significa que ele cometeu um erro”, disse Lula, conforme reproduzido pelo G1.
O inquérito da PF investiga desvios de emendas parlamentares para pavimentação de ruas em Vitorino Freire, no Maranhão, quando Juscelino era deputado federal. A cidade é governada por sua irmã, Luanna Rezende. Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que 80% da estrada beneficiou propriedades da família de Juscelino. Em nota, o ministro negou qualquer irregularidade, alegando que a investigação é uma “ação política” da PF. No entanto, a pressão pela demissão de Juscelino cresceu dentro do próprio PT, embora o Palácio do Planalto considere a troca improvável devido aos problemas políticos no Congresso.
Em mensagens interceptadas pela PF, Juscelino foi flagrado solicitando pagamentos relacionados às obras investigadas. A empresa Construservice, envolvida na pavimentação, tinha como sócio oculto o empresário Eduardo José Barros Costa, que também nega irregularidades. O caso elevou as tensões no governo Lula, que enfrenta dificuldades no Congresso e receia que a demissão do ministro possa agravar a situação. Segundo fontes próximas ao mandatário, a decisão sobre o futuro de Juscelino será tomada apenas após o retorno de Lula ao Brasil, previsto para domingo.