Pois é, no Brasil tudo virou crime. Não se pode mais falar nada. Parece que, em duas décadas, as crianças que nasceram nos anos 2000 começaram a ditar as regras do que pode e do que não pode.
É um país de moleques insuportáveis que vivem atrás de computadores, dilacerando a vida dos outros nas redes sociais. Eles julgam e os tribunais condenam. É o caso do humorista Léo Lins.
Eu sou da época em que os Trapalhões se sacaneavam, e estava tudo bem. Sim, podia-se chamar o Mussum de “negão”, “urubu”, o Didi de “cearense cabeçudo”, o Zacarias de “boiola”, e todo mundo dava risada. Ninguém era condenado a oito anos de prisão em regime fechado.
Mas os tempos mudaram. Hoje, eu não posso nem dizer que “a coisa tá preta” que já aparece algum fedelho politicamente correto para me corrigir e dizer que essa é uma expressão preconceituosa.
Mando para vocês um sonoro “foda-se”.
E vou, sim, defender o Léo Lins. Acho descabido, desproporcional e sem fundamento condenar uma pessoa a oito anos de prisão em regime fechado, além de uma multa altíssima, por contar piadas.
Isso beira a ditadura. Uma pena dessas é agressiva à democracia. Uma coisa é ofender diretamente uma pessoa por sua raça, cor, credo ou deficiência; outra é, em um ambiente fechado, com pessoas que sabem perfeitamente que aquilo não é a realidade, ouvir piadas — mesmo que ofensivas a certos grupos.
Não podemos dar ao humorista a mesma pena que se dá a um estuprador. Quer processar? Ok. Mas o juiz tem que ter discernimento para aplicar uma pena correta. Qual foi a dosimetria aplicada no caso do Léo Lins? Quem ele matou com as piadas dele?
Essas coisas me enfurecem. Está cheio de bandido que rouba e não fica um dia preso. Está aí o Fernando Collor, corrupto nato, gozando de férias no seu mega apartamento em Alagoas — prisão cinco estrelas.
As feministas que não gostam de depilação e os homens que andam de saia com bolsa no ombro em Santa Cecília que me perdoem, mas não vou mudar minha postura, meu pensamento — e quero mais é que vocês se danem.
Tô com o Léo Lins e, mais uma vez: foda-se.