A oposição articula a convocação de Frei Chico, irmão de Lula (PT), para prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes bilionárias contra aposentados do INSS. Vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), Frei Chico é apontado como figura relevante na estrutura sindical que teria se beneficiado de descontos indevidos em benefícios previdenciários. A estratégia da direita é ampliar o foco da investigação para atingir diretamente o núcleo político do Governo Lula (PT).
O Sindnapi, vinculado à Força Sindical, teve crescimento expressivo na arrecadação nos últimos anos, saltando de R$ 23 milhões em 2020 para quase R$ 155 milhões em 2024. Parte desses recursos teria sido canalizada para empresas ligadas a familiares de dirigentes sindicais, incluindo a Gestora Eficiente Ltda., que recebeu mais de R$ 4 milhões em comissões. A diretora jurídica do sindicato, Tonia Galleti, amiga do ex-ministro Carlos Lupi (PDT), também aparece como beneficiária indireta do esquema. Lupi, que comandava a Previdência Social quando as denúncias vieram à tona, deve ser convocado pela CPMI.
A comissão é presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG) e tem como relator o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ambos alinhados à oposição. O senador Izalci Lucas (PL-DF) apresentou mais de 300 requerimentos, incluindo pedidos de documentos e convocações. Entre os alvos está o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que teria recebido R$ 53,88 milhões de associações envolvidas no esquema.
