O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a estabilização da dívida pública não depende apenas da sua pasta, mas também de uma ação coordenada com o Banco Central (BC), especialmente em um contexto de juros elevados. Durante o evento Macro Vision, Haddad destacou que o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, trará “boas surpresas” a partir de janeiro de 2024. A declaração sinaliza uma maior aproximação entre o governo petista e o BC na gestão da política econômica, num momento em que a alta dos juros aplicada para conter a inflação impacta o custo do financiamento do governo.
Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária e futuro presidente do BC, reforçou a importância da colaboração entre as duas instituições. Galípolo elogiou a atuação de Haddad, destacando sua “obstinação” em buscar uma política fiscal transparente e sustentável. “O ministro sempre reforça que a política fiscal e monetária devem trabalhar em harmonia, dois braços do mesmo corpo”, afirmou Galípolo, em evento promovido pelo Itaú Unibanco. A declaração busca acalmar o mercado, que tem expressado ceticismo diante da ausência de resultados na política fiscal e a piora da situação econômica do pais sob o terceiro governo de Lula (PT).
Além disso, Galípolo reiterou o compromisso do Banco Central com o cumprimento da meta de inflação de 3%, utilizando os instrumentos disponíveis, apesar das variáveis fora do controle da autarquia. O futuro presidente também esclareceu a atuação do BC no mercado de câmbio, ressaltando que o regime é de câmbio flutuante, e que intervenções ocorrem apenas em casos de disfuncionalidade, sem perseguir um nível específico para o real.