Por 14 votos a 10, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) aprovou na sessão de terça-feira, 1º, a convocação de Rui Costa, ministro da Casa Civil. O pedido para ouvir o ministro não estava na pauta e foi articulado pela bancada ruralista.
Segundo o relator e autor do requerimento, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), a justificativa é obter explicações sobre o “incremento no número de invasões de propriedade e destruição do patrimônio público e privado no país”. Segundo o deputado, o governo é conivente com as ocupações feitas pelo MST.
Na terça-feira, 1º, a Comissão ouviu o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Edson Gonçalves Dias, que se negou a responder questionamentos sobre o 8 de Janeiro. O deputado Messias Donato (Republicanos – ES) perguntou sobre as imagens de dentro do Planalto que levou ao pedido de demissão do ex-ministro. G. Dias respondeu: “A CPI do dia 8, deputado Messias, não é objeto dessa CPI. Haja vista também que essa é uma narrativa e é uma falácia”
A convocação de G. Dias para a CPI do 8 de Janeiro já foi aprovada. A data, porém, ainda não foi marcada.
A CPI deverá ouvir também os Ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e o líder do MST, João Pedro Stédile. O Líder da Frente Nacional de Lutas (FNL), José Rainha Junior, que foi preso no começo do ano, também está na lista dos convocados a depor na Comissão. A defesa de Rainha pediu ao STF para que o líder dos sem terra não fosse obrigado a comparecer à CPI, mas o ministro da Corte, Luiz Fux, negou na terça-feira, 1º, o requisito. A sessão está prevista para quinta-feira.