A Argentina está prestes a enfrentar tempos desafiadores, de acordo com o novo Ministro da Economia do país, Luis Caputo. O ministro anunciou que a desvalorização da moeda nacional junto com outras medidas como a redução de subsídios, como a única maneira de “evitar a catástrofe”.
“Estamos diante da pior herança de nossa história, com preços reprimidos e dívidas superiores a US$ 400 bilhões. Se continuarmos como estamos, inevitavelmente caminharemos para a hiperinflação, podendo atingir níveis de 15.000 por cento ao ano”, alertou Caputo em uma mensagem.
Em contraste com o presidente anterior, Alberto Fernández, os passos iniciais de Milei como presidente estão implicando ações diretas, como um pacote financeiro com o objetivo principal de criar uma “âncora fiscal” para evitar que a Argentina enfrentasse sua terceira hiperinflação em menos de 35 anos.
“Este é um pacote de emergência com o objetivo de neutralizar a crise e estabilizar as variáveis econômicas”, explicou o ministro, cuja expertise está em finanças, e não na economia real.
“A gênese do nosso problema sempre foi fiscal. Os problemas que se manifestam são, na realidade, a consequência de como esse déficit foi financiado, que é quando se gasta mais do que se arrecada”, acrescentou Caputo.
A desvalorização se desenvolverá da seguinte forma: um dólar, que custava até terça-feira 400 pesos, agora passará a valer 800. No entanto, o valor final permanece incerto devido aos múltiplos impostos sobre moeda estrangeira na terceira maior economia da América Latina.
“Pela primeira vez em mais de cem anos, um candidato explica isso, as pessoas entendem e votam esmagadoramente a favor. Estamos diante de uma oportunidade histórica; a sociedade entende que não há mais dinheiro, que não podemos gastar mais do que arrecadamos”, reiterou Caputo, mostrando paradoxalmente uma distância em relação aos próprios cidadãos aos quais ele buscava envolver quando falava de “o povo”.
Especialistas entrevistados em vários espaços midiáticos da Argentina, como Enrique Szewach, dizem que “haverá messes de forte recessão e forte inflação”.