Nicolas Sarkozy, que ocupou a presidência da França entre 2007 e 2012, tornou-se o primeiro ex-chefe de Estado francês detido em 78 anos, desde a prisão de Philippe Pétain em 1945. Sarkozy iniciou o cumprimento de sua sentença de cinco anos nesta terça-feira (21/10) por ter conspirado para obter financiamento ilegal de campanha vindo do ex-ditador líbio Muammar Khadafi. O ex-presidente, que apela da condenação, foi conduzido à prisão de La Santé, em Paris.
O caso que levou à prisão de Sarkozy envolve a alegação de que milhões de euros líbios foram usados para financiar sua corrida eleitoral em 2007. Embora tenha sido inocentado de receber o dinheiro diretamente, ele foi considerado culpado por associação criminosa com dois assessores por negociar o financiamento secreto com representantes de Khadafi. Sarkozy continua alegando inocência, postando uma mensagem antes de entrar na prisão, na qual expressou “profunda tristeza” por uma França “humilhada” e afirmou que a verdade prevalecerá.
Sarkozy foi colocado em uma cela isolada de cerca de 9 metros quadrados na prisão de La Santé, uma medida adotada para garantir sua segurança em meio a outros detentos condenados por crimes graves. Em uma demonstração de apoio incomum, o atual presidente Emmanuel Macron o recebeu no Palácio do Eliseu pouco antes da prisão, e o Ministro da Justiça, Gérald Darmanin, prometeu visitá-lo na detenção. O ex-presidente, que terá direito a uma hora diária de exercício, declarou que levaria consigo obras como A Vida de Jesus e O Conde de Monte Cristo, sugerindo uma analogia com a história de um homem injustamente encarcerado.










