Enquanto os Estados Unidos discutem uma possível saída da Otan, a União Europeia intensifica os apelos para o fortalecimento de suas forças militares. Após uma reunião entre líderes europeus em Londres, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu um aumento dos gastos em defesa entre os países do bloco. “Precisamos urgentemente rearmar a Europa”, declarou Ursula, enfatizando a necessidade de investimentos prolongados para garantir a segurança regional diante das incertezas sobre o comprometimento americano com a aliança militar ocidental.
A cúpula europeia ocorreu dias após novas tensões entre Washington e Kiev, que se intensificaram após um desentendimento entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca. O atual presidente americano tem pressionado os membros da Otan a aumentarem seus gastos militares e já indicou a possibilidade de os Estados Unidos reduzirem seu papel de liderança na aliança. Paralelamente, o empresário Elon Musk, nome influente dentro do governo Trump, defendeu publicamente a saída dos EUA tanto da Otan quanto da ONU, reforçando o clima de incerteza sobre o futuro da segurança no continente europeu.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou a criação de uma “coalizão dos dispostos” para fortalecer as defesas da Europa e garantir apoio à Ucrânia, sem especificar quais países farão parte dessa iniciativa. Durante o encontro, Starmer afirmou que uma paz duradoura no conflito russo-ucraniano depende do fortalecimento militar europeu e sugeriu que o Reino Unido poderia enviar tropas e apoio aéreo caso fosse necessário. Já o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, confirmou que os países europeus estão aumentando seus investimentos em defesa, enquanto a alta representante europeia para a diplomacia, Kaja Kallas, criticou a falta de liderança no Ocidente diante das recentes disputas entre Trump e Zelensky.