A Embaixada dos Estados Unidos em Brasília publicou nesta quinta-feira (7) um comunicado alertando aliados do ministro Alexandre de Moraes no Judiciário e em outras esferas do poder. Segundo a nota, esses apoiadores foram avisados para não “apoiar nem facilitar a conduta” do magistrado. O texto aponta Moraes como o “principal arquiteto da censura e perseguição contra (Jair) Bolsonaro e seus apoiadores” e afirma que Washington está monitorando de perto a atuação do ministro.
A manifestação da Embaixada ocorreu um dia após o ministro Gilmar Mendes sair em defesa pública de Moraes, negando qualquer tipo de isolamento do colega no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre tem toda nossa confiança e apoio”, declarou Gilmar. Ele ainda afirmou que, sem a atuação de Moraes, o país teria se tornado um “pântano institucional”. A reação do decano foi interpretada como um gesto de respaldo ao colega, após a prisão domiciliar de Bolsonaro, decretada no início da semana.
Alexandre de Moraes foi sancionado pelos Estados Unidos no dia 30 de julho, com base na Lei Magnitsky, o que levou à revogação de seu visto e ao bloqueio de possíveis ativos no país. A medida também teria sido estendida a outros membros do Supremo. Bolsonaro, por sua vez, teve a prisão domiciliar determinada no dia 4, após se manifestar por telefone em um protesto na Avenida Paulista. A gravação foi divulgada nas redes por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP).