Na abertura da cúpula do BRICS neste domingo (6), no Rio de Janeiro, Lula (PT) afirmou que “o temor de uma catástrofe nuclear voltou ao cotidiano”, criticando ações militares sem respaldo jurídico internacional. A fala ocorreu dias após ataques de Israel e dos Estados Unidos a instalações nucleares no Irã, membro do bloco que tem ameaçado apagar Israel do mapa enquanto desenvolve bombas nucleares. Ainda assim, Lula defendeu abertamente Teerã e Gaza, mesmo diante da crescente preocupação mundial com a proliferação de armas atômicas e o terrorismo no Oriente Médio.
Durante o discurso, Lula condenou a resposta israelense aos ataques vindos de Gaza, classificando-a como genocídio, mas reconheceu que “nada justifica as ações terroristas perpetradas pelo Hamas”. Ao comentar os conflitos no Oriente Médio, o petista omitiu críticas ao regime iraniano, apesar de o país ter rompido com a AIEA e ameaçar retomar seu programa nuclear. A postura gerou desconforto entre aliados ocidentais e reforçou a percepção de alinhamento do governo brasileiro com regimes ditatoriais.
Lula também atacou o Conselho de Segurança da ONU, dizendo que suas decisões se resumem à “perda de credibilidade e paralisia”, além de afirmar que “ações militares são tomadas sem consulta prévia”. O petista voltou a propor uma reforma da governança global e destacou que o BRICS precisa refletir a nova realidade multipolar. Entre os temas prioritários sob a presidência brasileira estiveram a regulação da inteligência artificial, a saúde e as mudanças climáticas.
