Confiando na promessa de Lula (PT) de cumprir metas fiscais e reduzir despesas, o dólar registrou uma forte queda. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou na quarta-feira (3) que o governo cortará R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias para garantir o cumprimento do arcabouço fiscal. Haddad fez o anúncio após uma reunião com Lula e a Junta de Execução Orçamentária, ressaltando que “o arcabouço será preservado a todo custo”.
Nos últimos dias, declarações de Lula criticando a política monetária do Banco Central e afirmando que não precisa dar satisfação a banqueiros geraram desconfiança no mercado sobre o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. Essas incertezas fizeram o dólar disparar, atingindo R$ 5,66, seu maior valor em dois anos e meio. No entanto, a sinalização de compromisso fiscal, tanto de Lula quanto de Haddad, contribuiu para a queda da moeda americana, que recuou bastante nesta quinta-feira (4), fechando a R$ 5,49.
Haddad detalhou que os cortes nas despesas serão baseados em um pente-fino nos gastos sociais, com possíveis antecipações dependendo do relatório de receitas e despesas a ser apresentado em 22 de julho. “Serão R$ 25,9 bilhões que vão ser cortados. Foi feito com as equipes dos ministérios. Um trabalho com critérios com base em cadastro, nas leis aprovadas”, afirmou o ministro. Segundo o governo petista, essas medidas visam aliviar a pressão sobre as contas públicas e restaurar a confiança dos investidores no compromisso fiscal do governo federal.