A BBC está no centro de uma nova controvérsia após o vazamento de um e-mail interno que instruía seus jornalistas a adotar uma linha editorial específica na cobertura da fome em Gaza. O documento, obtido pela revista britânica The Spectator neste domingo (27), orientava os repórteres a responsabilizar Israel pela escassez de alimentos e a desconsiderar como “irrelevante” qualquer debate sobre o volume de ajuda humanitária que estaria entrando no território. A revelação, ainda não confirmada oficialmente pela corporação, intensificou as críticas sobre a falta de neutralidade da emissora no conflito do Oriente Médio.
O escândalo surge em um momento delicado, dias antes de a BBC ser formalmente sancionada pela Ofcom, o órgão regulador britânico. A sanção é resultado de uma investigação sobre o documentário “Gaza: How to Survive a Warzone”, no qual a emissora cometeu uma “violação séria” das regras ao não informar ao público que o narrador adolescente era filho de um integrante do governo de Gaza, liderado pelo Hamas. A BBC reconheceu o erro, retirou o material do ar e comprometeu-se a rever e reforçar seus protocolos de checagem e transparência editorial.
O vazamento do e-mail reavivou questionamentos recorrentes sobre a imparcialidade da BBC, que nos últimos anos já havia suspendido colaboradores por possível apoio ao Hamas e falhado em identificar um “analista” como ex-dirigente ligado ao grupo. Deputados e organizações judaicas exigiram explicações imediatas da corporação. Diante da pressão, o governo britânico interveio, reforçando a classificação do Hamas como grupo terrorista e demandando que a mídia pública mantenha um rigoroso padrão de neutralidade, enquanto a Ofcom prometeu continuar monitorando o cumprimento das normas.











