No segundo dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha havido qualquer ato do réu que possa ter atentado contra a democracia. Os advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno disseram que o líder da direita no país não discutiu a minuta golpista e não tem ligação com os atos de 8 de janeiro.
“Vou demonstrar cuidadosamente: ele [Bolsonaro] não atentou contra o estado democrático de direito, e não há uma única prova. Esse papel, essa minuta, essa questão, esse depoimento, não há uma única prova que atrele o presidente à Punhal Verde Amarelo, à Operação Luneta e ao 8 de janeiro”, disse Celso Vilardi.
O advogado também questionou pontos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O defensor afirmou que as contradições do tenente-coronel são motivos para anulação da colaboração premiada.
“Ele [Cid] mudou a versão várias vezes. E isso não sou eu que estou dizendo, é, na verdade, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, no último relatório de novembro, quando se disse que ele tinha inúmeras omissões e contradições”, declarou.
Já a defesa do ex-GSI general Augusto Heleno criticou o acesso às provas, a conduta de Moraes e mencionou o afastamento entre Heleno e Bolsonaro.
O advogado Matheus Mayer Milanez afirmou que teve dificuldade para acessar os arquivos disponibilizados pela Polícia Federal e também criticou os prazos dados para a defesa.