Com a apuração de 90% das atas eleitorais*, o presidente do Equador, Daniel Noboa, aparece com 55,88% dos votos e garante matematicamente sua permanência no cargo. Ele derrotou no segundo turno a candidata comunista Luisa González, que contava com o apoio do ex-presidente Rafael Correa, alinhado a Lula (PT) e obteve 44,12% dos votos. O resultado representa um recuo do projeto político socialista no país e reforça o protagonismo de Noboa, que enfrentará um cenário interno ainda marcado por altos índices de violência e insegurança.
A vitória ocorre após uma campanha marcada por forte tensão e disputas acirradas nas intenções de voto, que até dias antes da eleição apontavam empate técnico. O atual presidente já havia denunciado irregularidades na contagem do primeiro turno, enquanto González acusava o governo de tentar manipular a votação. “Devemos rejeitar firmemente a narrativa de fraude. Acusações sem provas minam a confiança na própria democracia”, declarou Diana Atamaint, presidente da autoridade eleitoral, após o encerramento da votação.
Mesmo diante da violência crescente, com cartéis de drogas ampliando seu poder e impactando diretamente a economia local, mais de 83% dos equatorianos compareceram às urnas. O governo decretou estado de exceção e limitou direitos civis antes do pleito, justificando a medida como resposta à insegurança. Em meio à crise energética e à ameaça constante do crime organizado, Noboa tem agora a missão de ampliar sua base política para governar até 2029, mantendo o país fora da rota do Foro de São Paulo promovida por seus adversários.
*Dado obtido no fechamento da reportagem