O empresário Paulo Figueiredo Filho será ouvido nesta terça-feira (24) pela Comissão de Direitos Humanos no Congresso dos Estados Unidos. A audiência discutirá práticas de repressão transnacional, e Figueiredo foi convidado para relatar como jornalistas, deputados, empresários e até plataformas de tecnologia estariam sendo alvo de perseguição por decisões oriundas do Supremo Tribunal Federal (STF). Em publicação no X, ele afirmou: “Vou mostrar como a ditadura que Alexandre de Moraes instalou no Brasil ameaça a democracia global”.
Apesar de o Brasil não ser citado diretamente no anúncio oficial da Comissão, Figueiredo é apontado como testemunha-chave para abordar alegadas ações abusivas cometidas por autoridades brasileiras, especialmente contra cidadãos que vivem fora do país. A repressão transnacional é definida pelo órgão americano como o uso de intimidação e coerção por governos para alcançar opositores no exterior. Entre os temas da audiência estão ainda o uso de instituições financeiras para silenciar críticas e o abuso de cooperações internacionais, como a Interpol.
Figueiredo é um dos alvos de denúncia da Procuradoria-Geral da República por envolvimento em suposta tentativa de golpe em 2022, mas vive nos Estados Unidos e não respondeu à acusação. A Defensoria Pública da União pediu a suspensão do processo, alegando falta de contato com o empresário. Paralelamente, avança em solo americano uma ação movida pela rede Rumble e por uma empresa ligada a Donald Trump contra Moraes, sob acusação de censura a usuários dos EUA — caso o ministro não apresente defesa, o processo poderá correr à revelia.