O varejo brasileiro enfrenta perspectivas de aumento de preços em janeiro devido à alta do dólar e à inflação persistente. A valorização da moeda norte-americana, que encerrou 2024 cotada a R$ 6,18, elevou custos de insumos importados, como componentes químicos e bens de consumo, além de estimular exportações. A pressão por reajustes de fornecedores, especialmente de setores como higiene, limpeza e alimentos, deve ser repassada aos consumidores, agravando o impacto no orçamento familiar.
De acordo com fontes do setor, os reajustes solicitados pela indústria de bens de consumo variam entre 8% e 10%, refletindo a necessidade de adaptação ao câmbio depreciado e ao cenário macroeconômico provocado pelas decisões econômicas do governo Lula (PT). Representantes do varejo admitem que as promoções de fim de ano atenuaram o impacto até agora, mas alertam para uma inflação mais elevada nas próximas semanas. O Santander projeta uma inflação de 5,5% em 2025, acima do teto da meta de 4,5%, e um crescimento econômico moderado de 1,8%, diante de políticas fiscais e monetárias restritivas.
A manutenção da taxa Selic em 15,5% até o final de 2025, conforme previsão do Santander, deve intensificar a pressão sobre a economia, afetando tanto consumidores quanto empresas. Enquanto o governo federal apresenta estimativas mais otimistas, como um IPCA de 3,1%, o mercado financeiro mostra ceticismo crescente. “Os ajustes fiscais e o aumento da dívida pública criam um cenário de incertezas, o que dificulta a estabilização do dólar e da inflação”, aponta o relatório do Boletim Focus, reforçando a necessidade de medidas urgentes para conter a escalada de preços e fortalecer o mercado interno.