O Governo Federal avalia entregar o controle dos Correios ao grupo político do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em meio à pior crise financeira da estatal nos últimos anos. A articulação ocorre nos bastidores do Palácio do Planalto, em meio à pressão do Centrão, e pode culminar na liberação de um empréstimo de R$ 3,8 bilhões do banco dos Brics, presidido por Dilma Rousseff (PT). O recurso seria destinado a um plano de modernização da empresa, que acumulou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões apenas em 2024.
A saída do atual presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, é reflexo direto das pressões internas. Ele entregou sua carta de demissão após resistir a pedidos da Casa Civil para demitir funcionários e vender parte do patrimônio da estatal. Segundo revelou a coluna do jornal Metrópoles, sua saída foi antecipada apesar de ainda ter mandato até agosto. Com isso, abre-se caminho para que a indicação de Alcolumbre assuma o comando, em um movimento visto por críticos como aparelhamento político de uma empresa em crise.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, a direção dos Correios alertou os ministros Fernando Haddad (PT) e Rui Costa (PT) sobre o risco de colapso financeiro iminente e pediu ajuda do Tesouro, estimada entre R$ 2 bilhões e R$ 5 bilhões. No entanto, o governo Lula (PT) rechaçou a solicitação sob o argumento de que não há espaço orçamentário. O rombo acumulado no primeiro trimestre de 2025 já alcança R$ 1,7 bilhão.