O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou um aumento de 0,26% em setembro, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada. Esse resultado, impulsionado pelo aumento de 2,80% no preço da gasolina durante o período, ficou abaixo das expectativas dos economistas, que previam uma alta de 0,33%.
Ao longo do ano, a inflação acumulada chega a 3,50%, e nos últimos 12 meses, o índice atinge 5,19%, um pouco abaixo da estimativa de 5,25%. É importante destacar que em setembro do ano anterior, o IPCA registrou uma deflação de 0,29%. A gasolina é o subitem com maior peso no cálculo do IPCA, e seu aumento tem um impacto considerável no resultado do índice, como ressaltou André Almeida, gerente do IPCA.
Investidores têm acompanhado de perto os números da inflação, uma vez que isso influencia as decisões do Banco Central em relação à política monetária. O relatório Focus, do Banco Central, mais recente, aponta uma previsão de alta de 4,86% na inflação para 2023, e a taxa Selic em 11,75% ao ano em dezembro.
Contudo, há uma mudança no foco da política monetária do Banco Central, que agora olha mais para o horizonte de 2025. Combinando essa mudança com a expectativa de alívio nas taxas de juros nos Estados Unidos, o Banco Central poderá acelerar o corte da Selic no primeiro trimestre de 2024, levando a taxa para 8% ao ano, conforme apontam análises do banco suíço UBS.
O economista-chefe do UBS para o Brasil, Alexandre de Ázara, demonstrou otimismo em relação à inflação. O banco prevê que o IPCA atinja 3,3% em 2024 e 3% em 2025, números inferiores à mediana das previsões dos economistas da pesquisa Focus do Banco Central, com um cenário mais favorável tanto para bens industriais quanto para alimentos.