Israel informou nesta segunda-feira que cercou e isolou a Cidade de Gaza depois de um ataque de grandes proporções. As operações militares se intensificaram após o ataque, resultando em uma divisão da Faixa de Gaza em duas regiões distintas, a chamada “Gaza do Norte” e “Gaza do Sul”.
Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelense, relatou que a maior parte dos confrontos ocorre na região norte de Gaza. No sul, cerca de 1,5 milhão de palestinos estão deslocados devido ao conflito. Durante a noite de domingo (5) para segunda-feira (6), Israel lançou um dos bombardeios mais intensos contra a Faixa de Gaza, atingindo 450 alvos identificados. Além disso, as forças israelenses alegam ter tomado o controle de um complexo militar do Hamas.
As operações terrestres também foram ampliadas, com a mobilização de soldados e tanques ao redor da maior cidade de Gaza. Entretanto, um ataque atingiu uma área residencial em Khan Younis, onde moradores alegam que não havia militantes nas proximidades.
A situação humanitária na região é crítica, com agências da ONU e grupos de ajuda humanitária fazendo um apelo conjunto por um cessar-fogo imediato em Gaza. O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou a importância da proteção dos civis e alertou que a Faixa de Gaza está se tornando um “cemitério para crianças”.
Do lado israelense, mais de 1,4 mil pessoas perderam a vida e 242 ainda estão em poder de grupos armados. Familiares dos reféns protestaram em frente ao Knesset, o parlamento israelense, pedindo prioridade na resolução do conflito.
As tensões também persistem na fronteira norte de Israel, com foguetes lançados contra o território israelense a partir do sul do Líbano. O grupo Hezbollah, atuando no sul do Líbano, assumiu a responsabilidade por parte dos ataques. O governo israelense respondeu atacando instalações da organização.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, esteve na Turquia para discutir os esforços de ampliar a ajuda humanitária à população de Gaza. O presidente dos EUA, Joe Biden, conversou com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para discutir os esforços em curso para garantir a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas.
A passagem para o Egito em Rafah, no sul de Gaza, foi reaberta nesta segunda-feira (6) para permitir a saída de pessoas com cidadania estrangeira e feridos que necessitam de tratamento médico. No entanto, ainda não há previsão de saída para os brasileiros que permanecem na região.