Os documentos secretos do caso Jeffrey Epstein, divulgados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos na sexta-feira (19), revelaram anotações que mencionam um “grande grupo brasileiro” em depoimento ao FBI. O material integra milhares de registros sobre abusos sexuais e tráfico de mulheres e meninas atribuídos ao bilionário americano, morto em 2019. Apesar da gravidade das informações, procurado pela BBC, o Governo Federal preferiu não comentar o envolvimento de brasileiros citado nos arquivos, limitando-se a encaminhar a responsabilidade à Polícia Federal, que declarou não se manifestar sobre investigações em andamento.
As anotações manuscritas, datadas de 2 de maio de 2019, fazem parte de uma entrevista registrada pelo FBI e indicam que pessoas poderiam ter sido levadas como possíveis vítimas para encontros sexuais, incluindo menores de idade. O trecho em que aparece a referência ao Brasil está parcialmente tarjado, o que impede a identificação dos nomes envolvidos. O material compõe um conjunto maior de fotos, vídeos e documentos reunidos ao longo de anos pelas autoridades americanas, e reforça a dimensão internacional da rede de exploração ligada a Epstein.
Além da menção a brasileiros, os arquivos também destacam a atuação de Jean-Luc Brunel, ex-agente de modelos francês acusado de tráfico de mulheres e apontado como parceiro de Epstein. Brunel esteve no Brasil em 2019 em busca de jovens para agências de moda, segundo registros de veículos internacionais e nacionais. Ele foi encontrado morto em uma prisão na França em 2022, após enfrentar acusações de assédio e estupro contra adolescentes. Fotos e vídeos de sua passagem por Brasília foram divulgados por uma agência de modelos, mas o diretor da empresa afirmou que não houve continuidade de contato com o francês.














