Após uma cirurgia de emergência para tratar uma hemorragia que o colocou em risco grave, Lula (PT) permanece internado na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, mas segue despachando e sancionando leis remotamente. A operação foi necessária após o agravamento de sintomas, como abatimento e dores, relatados no início da semana. Apesar do quadro grave, o petista não transferiu o cargo para o vice, Geraldo Alckmin (PSB). “Tudo aquilo que tenha prazo para sanção, ele está assinando”, afirmou o ministro Alexandre Padilha (PT), sem confirmar se houve documentos assinados fisicamente pelo petista.
A situação de risco de morte foi alertada inicialmente pelo empresário José Seripieri Filho, que, ao notar mudanças no comportamento de Lula, acionou seu médico pessoal, Roberto Kalil. Após exames, foi detectada uma hemorragia grave relacionada ao acidente sofrido pelo líder do PT no final de outubro, exigindo cirurgia imediata. Apesar da gravidade do quadro inicial, Kalil destacou que Lula evolui bem após um procedimento complementar realizado nesta quinta-feira (12) e está “neurologicamente perfeito”. Enquanto o petista permanece sob cuidados intensivos, Alckmin tem representado o governo em compromissos oficiais, como o Conselhão e encontros com líderes internacionais.
Mesmo em um ambiente restrito, Lula utiliza dispositivos eletrônicos para se manter à frente de decisões urgentes, apoiado pela primeira-dama, Janja, que tem emprestado seu celular para facilitar a comunicação oficial. Em Brasília, ministros como Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda) conduzem negociações sobre cortes de gastos e emendas parlamentares. Segundo a equipe médica, Lula deve permanecer internado até o início da próxima semana para garantir uma recuperação plena.