A Advocacia-Geral da União (AGU) montou um grupo especial de oito procuradores para recuperar valores desviados de aposentados e pensionistas por meio de mensalidades associativas não autorizadas, cobradas diretamente dos benefícios do INSS. A medida ocorre após a deflagração da operação “Sem Desconto”, que revelou um esquema bilionário de fraudes.
O grupo atuará nas esferas administrativa e judicial para buscar a devolução dos valores e responsabilização das entidades envolvidas. A iniciativa ocorre após forte pressão pública e institucional, em meio à substituição do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, demitido por Lula (PT) na mesma data da operação. “A AGU vai trabalhar firmemente para recuperar cada centavo desviado”, declarou o advogado-geral da União, Jorge Messias.
A operação, conduzida pela Polícia Federal em conjunto com a CGU, cumpriu 211 mandados judiciais, bloqueou mais de R$ 1 bilhão em bens e prendeu temporariamente seis pessoas. As ações ocorreram em 14 estados e no Distrito Federal. As investigações mostraram que entidades ofereciam supostos benefícios, como planos de saúde e academias, sem infraestrutura real. Segundo o ministro da CGU, Vinícius Carvalho, 97% dos questionados entre 1.300 beneficiários disseram nunca ter autorizado os descontos em seus contracheques.