Quatro detentos conseguiram deixar o Centro de Remanejamento (Ceresp) Gameleira, em Belo Horizonte, após a utilização de alvarás de soltura falsificados. A ação foi possível graças ao uso indevido de credenciais legítimas de acesso ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), segundo nota divulgada pela instituição. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou que um dos fugitivos foi recapturado na noite de segunda-feira (22), enquanto outros três permanecem foragidos. O caso expôs vulnerabilidades no controle das informações judiciais e levou o governo estadual a rever procedimentos de soltura.
As investigações apontam que a fraude foi articulada por um hacker já preso, suspeito de manipular sistemas do CNJ em operações anteriores. O grupo teria conseguido alterar mandados de prisão e alvarás de soltura, utilizando credenciais de magistrados e servidores do TJMG para acessar plataformas como o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP), o Sistema de Busca de Ativos (Sisbajud) e o Registro Nacional de Veículos Automotores Judicial (Renajud). O CNJ negou qualquer falha estrutural em seus sistemas e reforçou que não há indícios de envolvimento funcional de servidores.
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (PSD), anunciou que o estado passará a atrasar o cumprimento de ordens de soltura para verificar possíveis irregularidades antes de liberar presos. Segundo o TJMG, todas as ordens judiciais fraudulentas foram identificadas e canceladas em menos de 24 horas. Os fugitivos são Ricardo Lopes de Araujo, Wanderson Henrique Lucena Salomão, Nikolas Henrique de Paiva Silva e Júnio Cezar Souza Silva, este último já recapturado.










