Nesta quarta-feira, 20 de agosto, em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados, fiz essa pergunta aos representantes do atual governo e da Febraban. A indagação foi o clímax de um debate que colocou claramente especialistas e parlamentares de um lado; e governo e setor bancário de outro. Um contraste entre soberania e inovação versus apego a um modelo ultrapassado e controlador.
A audiência reuniu especialistas, representantes do setor privado e governo, e discutiu um requerimento de minha autoria para se criar uma reserva estratégica e soberana em criptomoeda, que apresenta inúmeras vantagens e diversifica os investimentos.
Hoje o Brasil é o sétimo maior mercado de criptomoedas no mundo, com volume de 9,3 trilhões de dólares. As transferências funcionam 24 horas e 7 dias por semana, com custos acessíveis, permitindo que pequenas empresas e investidores captem recursos. O fato de o Banco Central não acreditar nessa moeda é extremamente prejudicial à nossa Economia, e diante do cenário catastrófico que se avizinha, acreditar que o Yuan da China é mais estável que a criptomoeda é um grande erro.
A barreira para adotarmos o bitcoin, portanto, não é apenas técnica, mas também ideológica e estrutural, pois enquanto os Bancos Centrais insistem em controlar tudo, estamos sujeitos a um monopólio, responsável por criar o maior risco para o Brasil. Além de superior, o bitcoin não pode ser confiscado, censurado, criado do nada ou manipulado por governos que insistem em concentrar poder, e provavelmente este seja o maior empecilho para se criar uma reserva em criptomoedas.
Paradoxalmente, alguns membros do governo já admitem que além de uma reserva em Bitcoin não ter custos fiscais de carregamento, poderia ser uma alternativa para financiar infraestrutura e Educação, por exemplo.
O Brasil precisa estar à frente, e não preso a dogmas e atrelado à retaguarda da História. A discussão na Câmara só começou e o projeto continua em tramitação, reforçado pelo chamado à independência e à soberania econômica que ecoou naquela audiência, seguido por um profundo silêncio: Até quando o governo vai negar o bitcoin?