Partidos com ministérios no Governo Federal, como o PP e o União Brasil, se articulam para barrar a Medida Provisória idealizada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que propõe aumentos de impostos como parte do ajuste fiscal de 2025. As duas legendas devem anunciar, nas próximas horas, que suas bancadas no Congresso não apoiarão qualquer tipo de elevação tributária, inclusive sobre as apostas eletrônicas (bets), que seriam taxadas em 18% da receita bruta. Somadas, as bancadas do PP e União reúnem mais de 100 deputados e 14 senadores, o que compromete a viabilidade política da proposta.
A medida provisória apresentada por Haddad inclui mudanças como a tributação de investimentos até então isentos, como LCI e LCA, com uma alíquota de 5% de Imposto de Renda, além de alterações na cobrança de IOF. Apesar de o governo ter prometido diálogo com o Congresso para viabilizar o plano, lideranças das siglas sinalizam resistência à agenda de aumento de tributos. “Não vamos apoiar aumento de imposto”, afirmaram dirigentes partidários ao site Metrópoles.
As propostas foram discutidas em reunião entre Haddad, líderes do Congresso e os presidentes da Câmara e do Senado após a reação negativa à ampliação do IOF por decreto. O plano inclui ainda uma PEC para revisar benefícios fiscais e promete controlar os gastos públicos dentro do novo arcabouço fiscal. No entanto, a iniciativa do ministro enfrenta forte desgaste mesmo entre aliados, colocando em xeque a capacidade do governo de obter apoio para sua estratégia de arrecadação e sinalizando um novo desgaste político na base governista.