Em meio a pressões crescentes no Congresso para apurar a fraude contra os aposentados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), antecipou suas férias para junho, conforme despacho publicado no Diário Oficial da União e assinado pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB). A decisão de se ausentar da pasta ocorre enquanto senadores da oposição, como Damares Alves (Republicanos-DF), exigem explicações sobre um esquema de fraudes envolvendo falsas declarações de óbito no sistema do INSS. A mudança no período de descanso surpreende pela coincidência com o momento em que o ministro enfrenta críticas e cobranças por maior transparência nas ações do governo.
Damares Alves, ex-ministra do governo de Jair Bolsonaro (PL), formalizou um requerimento no Senado solicitando que Haddad preste esclarecimentos detalhados sobre o caso. A senadora questiona, entre outros pontos, “quais medidas foram e estão sendo implementadas pela Receita Federal”, além de querer saber quantos contribuintes foram prejudicados. As cobranças surgiram após a Polícia Federal deflagrar uma operação para investigar o envio irregular de mais de 300 declarações de espólio que resultaram na alteração da situação cadastral de cidadãos, muitos dos quais passaram a figurar indevidamente como falecidos.
Paralelamente, o Governo Federal tenta minimizar a crise promovendo articulações no Congresso. Para evitar novas derrotas, o Executivo marcou uma reunião com líderes partidários para este domingo (8/6), a fim de discutir medidas de ajuste fiscal. Após encontro recente com Lula (PT) no Palácio da Alvorada, Haddad afirmou que só anunciará o pacote após consenso com o Legislativo: “O Congresso Nacional precisa estar convencido de que é o caminho mais convincente do ponto de vista macroeconômico”, declarou.