Desde 2023, o Governo de Lula passou a emprestar aviões da Força Aérea Brasileira aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Como a lista dos ‘viajantes’ não foi divulgada, não é possível saber quem utilizou essas aeronaves oficiais. Parte da lista também é mantida em sigilo por cinco anos. A União diz que isso passou a ocorrer porque os magistrados passaram a sofrer ameaças depois dos atos de 8 de janeiro.
A apuração é do jornal Folha de São Paulo. Segundo a reportagem, o sigilo dos passageiros é necessário por razões de segurança. Um dos passageiros frequentes é Alexandre de Moraes, responsável por investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além de atuar em Brasília, o ministro tem residência em São Paulo e dá aulas na Faculdade de Direito da USP.
No mês passado, por exemplo, ele usou um avião da FAB na véspera de ir à Neo Química Arena para acompanhar o título conquistado pelo Corinthians pelo Campeonato Paulista. Os trajetos mais comuns dos ministros são idas e voltas de São Paulo a Brasília, totalizando 145 viagens.
Os dados disponíveis até o momento não permitem apontar a totalidade de ocasiões em que Moraes e outros ministros utilizaram as aeronaves, isso porque há somente informações parciais. Um decreto de 2020 permite o uso das aeronaves pelos presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo, além de ministros do governo e comandantes militares.
