O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que a libertação de presos do 8 de janeiro ajudaria a “pacificar o País”. A declaração ocorreu durante entrevista ao programa Roda Viva, enquanto uma delegação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA visita o Brasil para avaliar a liberdade de expressão e poderia receber denúncias sobre o tratamento judicial dos envolvidos nos atos daquele dia. Múcio argumentou que há diferentes níveis de envolvimento e que a mesma punição não pode ser aplicada a todos, reforçando que o Congresso Nacional deve decidir sobre uma eventual anistia.
A delegação da CIDH se reuniu com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, que defenderam a ‘censura’ da Corte contra perfis e postagens consideradas ilegais. A visita ocorre em meio a críticas ao Governo Federal e ao Judiciário sobre a condução dos processos contra os manifestantes, levantando questionamentos sobre violações de direitos fundamentais. Pedro Vaca Villareal, relator especial da CIDH, ouviu explicações sobre as decisões judiciais, incluindo a suspensão da rede social X no Brasil.
A mudança de tom do governo e do Judiciário, com discursos mais conciliadores, pode ser interpretada como uma tentativa de trasmitir a imagem de compromisso com a democracia diante da comunidade internacional, enquanto a CIDH continua sua agenda no Brasil, com encontros em São Paulo e Rio de Janeiro. Diante isso, cresce a pressão sobre o governo Lula (PT) para flexibilizar sua postura em relação à oposição e permitir que manifestantes de oposição sejam libertados. José Múcio, por sua vez, destacou que deseja deixar o governo, mas permanece no cargo a pedido de Lula, a quem considera um amigo.