A oposição no Congresso Nacional intensificou a busca pelo apoio popular para pressionar a abertura de um processo de impeachment contra Lula da Silva (PT), em uma estratégia semelhante à que resultou na queda de Dilma Rousseff em 2016. O principal argumento jurídico utilizado são as irregularidades fiscais no programa Pé-de-Meia, que destina recursos a estudantes. No ambiente político, crises envolvendo o Governo Federal, como a escalada da inflação, do dólar e dos juros, além da ampliação de tributos, têm fomentado a insatisfação da população, levando o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), autor do pedido, a afirmar: “Com o povo brasileiro indo às ruas para pedir sua saída, acredito que isso será fundamental para avançarmos com o impeachment aqui no Congresso”.
Para consolidar essa mobilização, uma manifestação está sendo organizada para o dia 16 de março na Avenida Paulista, em São Paulo. Parlamentares da oposição estão articulando o protesto, apostando que a adesão popular será determinante para impulsionar a pauta do impeachment. A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) destacou a crescente insatisfação, afirmando que até pessoas que antes não consideravam essa possibilidade agora apoiam a ideia. Além da questão econômica, a oposição tem reforçado críticas sobre o que considera uma tentativa do governo de ampliar a taxação sobre trabalhadores informais e uma intervenção no mercado de alimentos, após declarações controversas do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).
A mobilização também tem contado com o engajamento de ativistas de direita e apoio de parlamentares como Carla Zambelli (PL-SP), que declarou que mais de 100 deputados já aderiram ao pedido de impeachment. O Tribunal de Contas da União (TCU) bloqueou R$ 6 bilhões do Pé-de-Meia por suspeitas de movimentação irregular de recursos sem a devida autorização do Tesouro Nacional, o que fortaleceu os argumentos da oposição. Enquanto líderes do Centrão ainda avaliam o cenário e buscam vantagens políticas, opositores esperam que a manifestação sirva como um marco contra o governo. “A sociedade está com muita coisa presa na garganta e disposta a lutar pelos seus direitos”, afirmou o deputado Zucco (PL-RS), reforçando a importância da mobilização popular.
