Os consumidores brasileiros enfrentarão um aumento nos preços de alimentos como café e carne em 2025, segundo projeções do agronegócio. O café pode subir até 20% devido à baixa oferta global e à desvalorização do real frente ao dólar. A carne bovina, impactada pelo ciclo da pecuária e pela alta demanda, deve registrar um aumento de até 7,5%, pressionando ainda mais o orçamento das famílias. Esses itens, já considerados vilões no passado, continuam acendendo alertas no mercado e no governo, que já preparam reuniões para discutir a alta desses produtos.
Economistas como José Carlos Hausknecht, da MB Agro, ouvido pelo Jornal O Globo, apontam que a baixa oferta internacional desses produtos é o principal fator do aumento. Segundo ele, “baixar o câmbio seria a melhor medida para conter os preços”. Contudo, Alexandre Maluf, da XP, destaca que não há instrumentos governamentais eficazes no curto prazo para amenizar esses impactos, já que o cenário é amplamente influenciado por questões externas. A situação preocupa, especialmente em um ano em que o governo Lula (PT) busca evitar novos desgastes políticos.
Além do café e da carne, outros alimentos como frango, leite e arroz também devem sofrer altas relevantes, variando entre 5% e 14%, conforme dados do mercado. Especialistas sugerem medidas como estoques reguladores para suavizar os efeitos da inflação nos alimentos, mas destacam que o Governo Federal pouco investiu em reservas estratégicas desde 2018.