A Justiça argentina confirmou nesta quarta-feira (13) a condenação da ex-presidente Cristina Kirchner a seis anos de prisão e a inelegibilidade vitalícia, sob acusações de corrupção. A decisão foi proferida por unanimidade por um tribunal de apelações, que manteve a sentença de 2022, que já apontava Kirchner como líder de um esquema para desviar recursos públicos durante seu mandato. Embora a ex-presidente tenha sido condenada a prisão, a execução da pena será suspensa enquanto ela recorre à Suprema Corte, a última instância possível no sistema judiciário argentino.
O caso, conhecido como “Vialidad”, acusa Kirchner de beneficiar o empresário Lázaro Báez com contratos públicos superfaturados na província de Santa Cruz, reduto político do kirchnerismo. A empreiteira de Báez teria recebido 51 contratos de obras públicas, muitos dos quais não foram concluídos ou ultrapassaram o orçamento inicial, resultando em perdas bilionárias para o Estado. Além de Kirchner, outras 12 pessoas foram condenadas, incluindo ex-ministros e altos funcionários. “Essa organização criminosa desviou bilhões do Estado argentino”, afirmaram os procuradores no julgamento, destacando o papel central de Kirchner no esquema.
Cristina Kirchner nega as acusações e afirma que sua condenação é fruto de perseguição política e machismo. Segundo ela, “a Justiça argentina age como um verdadeiro pelotão de fuzilamento”. Já o presidente Javier Milei, adversário político de Kirchner, celebrou a confirmação da pena em suas redes sociais: “Hoje, podemos afirmar sem nenhuma dúvida que Cristina Fernández de Kirchner é culpada de atos de corrupção”. O caso agora será encaminhado à Suprema Corte, que poderá levar anos para emitir uma decisão final, postergando o desfecho de um dos maiores escândalos políticos recentes da Argentina.