A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou uma alta de 0,56% em outubro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (8). Com o avanço, o índice acumula 3,88% de aumento em 2024, aproximando-se do teto da meta fiscal definida pelo governo, que considera cumprida a meta de 3,0% com um intervalo de tolerância chegando até 4,5%. A projeção de mercado era de 0,53% para o mês, indicando que o controle da inflação continua sendo um problema para a gestão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB).
Entre os itens que mais contribuíram para o aumento da inflação, destacam-se os custos de energia elétrica residencial, com alta de 4,74%, e o preço das carnes, que subiu 5,81% no mês. A energia elétrica, que sofreu mudança para a bandeira tarifária vermelha patamar 2, gerou um impacto de 0,20 ponto percentual no IPCA, sendo o maior peso entre os itens no mês. Segundo o IBGE, a elevação dos preços da carne deve-se a fatores como clima adverso, menor disponibilidade de animais para abate e o aumento das exportações, que reduziram a oferta no mercado interno.
Em meio ao cenário inflacionário, os grupos de habitação e alimentação e bebidas foram os mais impactados, com altas de 1,49% e 1,06%, respectivamente. O impacto total desses grupos no índice de outubro foi de 0,23 ponto percentual cada, tornando-os os principais responsáveis pela alta do IPCA no período. Para André Almeida, gerente da pesquisa do IPCA, “o cenário atual das carnes e da energia elétrica reflete fatores complexos que influenciam a oferta e a demanda, pressionando os preços”. Esses resultados ampliam a pressão sobre o governo federal, que já vinha enfrentando dificuldades para conter a inflação e manter-se dentro da meta estipulada.