Diplomatas brasileiros aprovaram, pela primeira vez na história, um indicativo de greve, em resposta à proposta de readequação salarial apresentada pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI). A decisão foi tomada em uma Assembleia Geral Extraordinária da Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB Sindical), às vésperas das reuniões do G20, que é presidido pelo Brasil em 2024.
O indicativo de greve reflete a insatisfação generalizada da categoria, que rejeitou a proposta do governo Lula (PT), que previa um reajuste não linear variando de 7,8% a 23%, dependendo da classe. Segundo a ADB Sindical, o reajuste seria insuficiente para recompor as perdas inflacionárias, especialmente para os diplomatas das classes mais baixas, que enfrentam dificuldades na progressão de carreira. A proposta do sindicato era de um aumento linear de 36,9%.
O próximo passo será a convocação de uma nova assembleia para definir a adesão e os moldes da greve, que pode ocorrer durante eventos diplomáticos de grande importância para o Brasil. “A decisão de um indicativo de greve reflete a insatisfação geral da categoria com a falta de valorização e reconhecimento da importância da carreira diplomática”, afirmou o sindicato, destacando o impacto potencial na atuação internacional do país.