O ano de 2024 inicia com incertezas no mercado de commodities agrícolas, conforme apontado por analistas. A indefinição em torno da safra de grãos em andamento traz preocupações sobre os preços dos alimentos, indicando que a contribuição positiva desses produtos para a queda da inflação, observada anteriormente, pode não se repetir na mesma intensidade, segundo um levantamento feito pela Infomoney. O aumento dos preços em novembro, impulsionado por condições climáticas adversas, já sinaliza problemas para o consumidor, afetando diretamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A perspectiva do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) adiciona uma camada de pessimismo, indicando que a ajuda para a redução da inflação por meio dos alimentos pode ser limitada em 2024. O pesquisador e economista do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior, citado pela Infomoney, ressalta que, mesmo com alguns sinais de alta de preços em certas cadeias, não há indicativos de uma pressão inflacionária generalizada. Essa análise levanta preocupações sobre o impacto direto no bolso do cidadão, especialmente considerando produtos de peso na cesta básica, como feijão, arroz e hortifrútis, que podem enfrentar aumentos.
A possível falta de alívio nos preços dos alimentos em 2024 não apenas representa um problema para o consumidor, mas também pode influenciar a política monetária. A Infomoney destaca que a elevada participação dos produtos alimentícios no índice de inflação pode desacelerar o ciclo de queda de juros. José Carlos Hausknecht, sócio-diretor da consultoria MB Agro, sugere que os alimentos podem deixar de ser um fator positivo, transformando-se em um sinal negativo para o consumidor.