Em novembro, o Brasil registrou a maior taxa de juros reais do mundo, com 6,9% ao ano. Essa projeção, baseada na taxa básica de juros, Selic, e nas estimativas de inflação para os próximos 12 meses, suscita incertezas entre os brasileiros.
Apesar de um recente corte de 0,5 ponto percentual na Selic pelo Copom, deixando-a em 12,25%, as taxas de juros permanecem em níveis consideravelmente elevados. Essa realidade tem um impacto abrangente, afetando tanto os investidores que buscam retornos substanciais, quanto os consumidores que enfrentam custos mais altos em empréstimos e financiamentos.
Comparando o cenário brasileiro com outras nações, o Brasil ultrapassou o México, que se encontra em segundo lugar com 6,89%. Países de economias mais robustas, como Rússia (3,69%) e Estados Unidos (1,62%), mantêm taxas de juros reais notavelmente mais baixas, indicando a necessidade de reformas econômicas para estimular investimentos e promover o crescimento.
A política fiscal atual do Brasil, caracterizada pelo gasto público excessivo em relação à arrecadação, é apontada como um dos fatores que levaram o Brasil a manter taxas de juros reais elevadas. Isso ocorre porque a política monetária, que utiliza a taxa de juros como ferramenta para controlar a inflação, precisa de juros mais altos quando as contas públicas estão desequilibradas.
No entanto, nesse cenário atual de taxas de juros elevadas, o Banco Central tomou medidas para elevar as taxas de juros como forma de conter a inflação. Isso é visto por especialistas como uma estratégia eficaz para direcionar o país para a convergência com as metas de inflação estabelecidas pela autoridade monetária, algo que está acontecendo de forma mais lenta em países mais desenvolvidos e em algumas nações vizinhas.