O Departamento de Defesa americano anunciou o desenvolvimento de uma nova bomba nuclear cuja potência é superior por 24 vezes à bomba lançada em Hiroshima em 1945, que causou a morte de 140.000 pessoas.
A nova bomba, denominada B61-13, da qual o Pentágono forneceu detalhes na semana passada. O anúncio vem seguindo a pauta da nova estratégia de defesa do governo Biden, em que se argumenta que os Estados Unidos devem modernizar suas forças nucleares com o fim de dissuadir dois concorrentes nucleares, Rússia e China.
Essa nova arma, usará os mesmos mecanismos de segurança e precisão que a anterior, a B61-12; mas também daria ao presidente mais opções para atingir “alvos militares mais difíceis e de grande área”, disse o Pentágono.
A B61-13 é, mais do que uma proposta unilateral, o resultado de um consenso bipartite, após um longo desacordo entre republicanos e democratas sobre o propósito da nova arma e o destino de antigas bombas nucleares. Quando Obama tentou extinguir a B83-1, Trump reverteu essa decisão; quando chegou a vez do Biden de tentar fazer o mesmo, congressistas republicanos discordaram mais uma vez.
No entanto, a organização Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares mostrou sua preocupação, pois o anúncio desses planos em meio a conflitos na Europa e no Oriente Médio, nos quais países com armas nucleares, como Rússia e Israel, participam, constitui um ato de arrogância em oposição aos esforços para evitar o uso de armas de destruição em massa.
Em seu comunicado oficial, a organização detalhou que a nova bomba a ser desenvolvida pelo Exército dos Estados Unidos, caso obtenha a aprovação do Congresso, terá uma potência de 360 quilotoneladas, em comparação com as 16 quilotoneladas da bomba que devastou Hiroshima há 78 anos.
A ICAN também destacou que outra arma nuclear, parte dos planos de modernização da defesa dos EUA, a B61-12, já está sendo implantada em bases da OTAN na Bélgica, Alemanha, Itália, Países Baixos e Turquia.