O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressou suas preocupações em relação à sugestão de Donald Trump de que ele poderia acabar com a guerra na Ucrânia em um dia caso ele voltasse à Casa Branca.
Em uma entrevista ao Channel Four News britânico, o presidente Zelensky caracterizou a afirmação do ex-presidente dos EUA como “muito perigosa”, afirmando que Trump não detalhou seu cenário pós-guerra.
Zelensky reconheceu a possibilidade de que a declaração de Trump seja uma tática de propaganda eleitoral. No entanto, o líder ucraniano expressou sua preocupação com a perspectiva de Trump tomar decisões unilaterais que possam não favorecer a Ucrânia, deixando-o “bastante estressado”.
Zelensky também considerou “muito perigosa” a afirmação de Trump de que poderia encerrar a guerra em 24 horas. Ele afirmou: “Mesmo que sua ideia, que ninguém ouviu ainda, não funcione para nós, para nosso povo, ele fará de tudo para implementar sua ideia de qualquer maneira. E isso me preocupa.”
Ele mencionou ainda que convidaria Trump para visitar a Ucrânia, mas apenas se o ex-presidente cumprir sua promessa de encerrar a guerra. “Donald Trump, convido você para a Ucrânia, para Kiev. Se você conseguir parar a guerra em 24 horas, acho que será o suficiente”, disse.
Em setembro, Trump afirmou que, se fosse reeleito presidente, resolveria a guerra em 24 horas, mas se recusou a detalhar seu plano de paz, afirmando: “Se eu contar exatamente, perco todas as minhas moedas de troca”. Ele acrescentou: “Quero dizer, você realmente não pode dizer exatamente o que vai fazer. Mas eu diria certas coisas a Putin. Eu diria certas coisas a Zelensky”, enfatizou o republicano.
Enquanto Trump avança na campanha eleitoral e continua somando apoios no seu partido, Zelensky decidiu dar a nacionalidade a todo estrangeiro que participasse na guerra a favor de Kiev.
Por sua parte, o ministro de Defesa britânico Grant Schapps disse em entrevista na TV nacional que devem intensificar-se as ajudas à Ucrânia: “não só a América, mas a Europa deve intensificar e fazer a sua parte para garantir que a Ucrânia possa continuar a defender-se”. Todavia, Schapps disse que vetaria qualquer tentativa de ingresso da Ucrânia à OTAN pois isso seria a base da terceira guerra mundial.