Os Estados Unidos firmaram nesta quarta-feira (30) um acordo com a Ucrânia para explorar reservas estratégicas de terras raras no território ucraniano. O pacto, que garante aos americanos acesso preferencial a materiais como titânio, lítio e urânio, é considerado uma peça-chave para o fortalecimento da aliança econômica entre os dois países durante a invasão da Rússia. A assinatura do tratado ocorre em meio a declarações do presidente Donald Trump de que o apoio financeiro prestado pelos EUA precisa ser compensado. “A Ucrânia deve reembolsar os bilhões de dólares recebidos em ajuda”, afirmou Trump, segundo fontes próximas à negociação.
A parceria, válida por 10 anos, estabelece a criação de um fundo bilateral para financiar a reconstrução da Ucrânia, abastecido com 50% dos lucros obtidos a partir de novas concessões de exploração de recursos naturais. Segundo a ministra da Economia ucraniana, Yulia Svyrydenko, o objetivo é atrair investimentos globais e impulsionar a recuperação do país em meio à guerra. Já o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, destacou que o acordo permitirá aos americanos aplicar capital em setores considerados estratégicos e melhorar o ambiente de negócios na região.
Apesar da assinatura, o tratado enfrentou entraves nos bastidores. O texto original foi adiado após desentendimentos entre Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, e só avançou após Kiev exigir ajustes para garantir uma “parceria igualitária”, nas palavras do primeiro-ministro Denys Shmyhal. Enquanto isso, Trump tem intensificado declarações sobre a guerra, sugerindo que Vladimir Putin estaria sinalizando interesse em encerrar o conflito. “Acho que ele gostaria de parar a guerra… mas sua escolha seria dominar toda a Ucrânia”, declarou o presidente americano em entrevista à ABC News.