O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai dobrar as tarifas comerciais contra a China, caso o país asiático não desista das taxas de 34% sobre produtos americanos até esta terça-feira (8). A nova tarifa, de 50%, entraria em vigor na quarta-feira (9), como resposta à escalada tarifária promovida por Pequim nos últimos dias. “Todas as conversas com a China sobre as reuniões que eles solicitaram conosco serão canceladas”, escreveu Trump em sua rede social, o Truth Social.
As tensões começaram a se agravar após o governo chinês retaliar medidas anteriores de Trump com novas tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA. Desde março, o republicano vem intensificando a política tarifária, com tributos crescentes sobre diversos parceiros comerciais, incluindo a China. Ao justificar a nova rodada de medidas, Trump acusou o regime comunista chinês de abusos históricos, como subsídios ilegais e manipulação cambial. Ele também destacou o déficit comercial com Pequim, estimado em US$ 1 trilhão: “Não vamos mais perder trilhões por comprar lápis da China”.
O impacto nos mercados financeiros foi imediato. Bolsas asiáticas despencaram nesta segunda-feira (7), com destaque para o índice Hang Seng de Hong Kong, que caiu mais de 13%, e o CSI 1000 da China, que registrou queda de 11,39%. A China, por sua vez, indicou que adotará medidas internas para conter os efeitos da nova ofensiva tarifária dos EUA, incluindo a redução de juros e o estímulo ao consumo doméstico. Apesar das ameaças, autoridades chinesas reiteraram que o comércio bilateral não pode ser interrompido devido à forte dependência mútua.
