Milhares de agricultores tomaram as ruas de Bruxelas nesta quinta-feira (18), em meio à cúpula da União Europeia, para protestar contra o tratado comercial com o Mercosul. O movimento, marcado por tratores bloqueando vias e pneus queimados, ocorre justamente quando Lula pressiona pela assinatura do pacto. O petista afirmou a ministros que, se o acordo não for fechado no sábado (20), não haverá nova tentativa durante seu mandato, colocando em risco negociações que se arrastam há 26 anos.
A resistência europeia é liderada pela França, cujo presidente Emmanuel Macron declarou que “as contas não fecham” e que não aceitará o tratado sem garantias adicionais para os agricultores. Macron reforçou que seu país se oporá a qualquer tentativa de impor a assinatura. A Itália também se posicionou contra, com a primeira-ministra Giorgia Meloni classificando como “prematura” a conclusão das tratativas. Já a Comissão Europeia, sob comando de Ursula von der Leyen, tenta convencer os 27 países a aprovarem o pacto, considerado estratégico para o bloco.
Os produtores rurais europeus alegam que o acordo ameaça setores como carne bovina, aves, açúcar e soja, aumentando a pressão sobre os líderes políticos. As manifestações em Bruxelas coincidem com a última reunião do ano da União Europeia, vista como decisiva para o futuro do tratado. Enquanto isso, Lula insiste que o pacto é mais vantajoso para os europeus do que para o Mercosul, mas enfrenta crescente oposição de governos e da população rural no continente.











