A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou nesta semana que a economia brasileira apresenta resultados positivos em diversos setores, mas admitiu que os preços dos alimentos continuam sendo um problema. Em declaração a jornalistas, Tebet defendeu uma visão mais otimista sobre o cenário atual, classificando a inflação de alimentos como um fenômeno temporário, influenciado por fatores sazonais. “Não tem nada – a não ser o preço dos alimentos que, temporariamente, pelas sazonalidades, estão altos – que esteja ruim no Brasil”, disse ela durante evento no Mato Grosso do Sul.
Tebet também avaliou que o recente pacote tarifário dos Estados Unidos, proposto por Donald Trump, pode abrir novas oportunidades para o Brasil no comércio internacional. Ao invés de encarar as medidas como ameaça, a ministra acredita que elas representam uma chance de reposicionar o país globalmente. “O tarifaço não deve provocar uma recessão no Brasil. Pelo contrário, pode ser uma chance estratégica de reposicionamento comercial do país no cenário global”, afirmou à CNN, destacando a possibilidade de ampliar acordos com Europa e China.
Apesar da instabilidade nos mercados causada pelas novas tarifas, o governo brasileiro segue interessado em dialogar com Washington, principalmente em setores como aço e alumínio. A expectativa é de que uma nova comitiva seja enviada aos EUA ainda neste mês, uma vez que, segundo Tebet, Trump teria sinalizado abertura para negociações com países que mantêm déficit comercial com os norte-americanos. Enquanto isso, o governo comemora investimentos privados como o da chilena Arauco, que, segundo a ministra, ajudam a atrair dólares e a conter a inflação no mercado interno.