O TCU (Tribunal de Contas da União) abriu uma investigação contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para apurar declarações recentes dele sobre terceirizar a gestão de ativos do BC.
A investigação foi solicitada pelo subprocurador-geral do Ministério Público, Lucas Rocha Furtado e terá a relatoria do ministro Benjamin Zymler. Furtado destacou que essa pretensão de Campos Neto é um risco à capacidade do país em honrar compromissos financeiros.
Campos declarou em entrevista recente ao canal da gestora de investimentos Black Rock Brasil que está aberto a terceirizar a gestão de ativos do Banco Central. “A gente está aberto a essa terceirização, gestão externa, vamos dizer… Hoje, a grande parte da gestão não é terceirizada, mas a gente está aberto a fazer isso nessa área, principalmente, porque a gente está olhando agora para novas classes de ativos”, afirmou o presidente do BC.
A fala do presidente do BC irritou a base do governo, que tem referido críticas constantes à direção da autarquia. Em um texto no site oficial do Partido dos Trabalhadores (PT), o presidente do Banco Central foi chamado de “lacaio do sistema financeiro” e “capacho do capital”.
O Banco Central informou que o programa de gerenciamento externo das reservas internacionais já foi adotado pelo BC no início do ano 2000 e de 2012 a 2017.
Na representação contra Campos Neto, o procurador pede para que o presidente do BC seja obrigado a se abster de realizar qualquer tratativa sobre a possibilidade de terceirizar a gestão de reservas internacionais brasileiras até que uma decisão, seja tomada pelo tribunal.
O Tribunal de Contas da União informou que ainda não há uma decisão sobre o assunto.