Detido na madrugada desta sexta-feira (26) em Assunção, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi entregue à Polícia Federal brasileira para cumprir a pena de 24 anos e seis meses de prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A transferência ocorre pela Ciudad Del Este, na tríplice fronteira, de onde segue para Brasília. Vasques foi localizado após tentar embarcar para El Salvador utilizando passaporte falso, em voo que faria escala no Panamá.
De acordo com a Direção Nacional de Migração do Paraguai, inspetores identificaram que o documento apresentado trazia a identidade de um cidadão paraguaio chamado Julio Eduardo Baez Fernandez. A prisão contou com apoio da Polícia Nacional e foi confirmada por meio de cooperação entre órgãos de inteligência migratória e o Comando Tripartite. O ex-diretor da PRF havia rompido a tornozeleira eletrônica, o que levou autoridades brasileiras a emitirem alertas de monitoramento antes da captura em território paraguaio.
Natural de Ivaiporã (PR), Silvinei ingressou na PRF em 1995 e alcançou o cargo máximo do órgão durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Aposentado desde dezembro de 2022, construiu carreira de 27 anos e acumulou diversas formações acadêmicas, incluindo doutorado em Direito na Argentina e cursos de operações policiais nos Estados Unidos. Em 2022, comandou blitze em rodovias do Nordeste durante o segundo turno das eleições, ação considerada pela Justiça como tentativa de interferência eleitoral. Preso em 2023, foi liberado em 2024 por decisão de Alexandre de Moraes, sob monitoramento eletrônico, até romper o equipamento e tentar fugir do país.
