A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou um requerimento de convite para que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, explique a polêmica retenção de dividendos extraordinários por parte do comando da estatal. A decisão fez a Petrobras perder R$ 55,8 bilhões em valor de mercado, com queda de 10,57% nas ações preferenciais e 10,37% nas ações ordinárias. A data a respeito da audiência pública ainda será agendada – por ser um convite, Prates não é obrigado a comparecer.
O senador Sergio Moro (União-PR), autor do requerimento, foi mais uma vez enfático nas palavras: “A União, na qualidade de acionista controlador da Estatal petrolífera, interferiu em decisão corporativa da empresa, no intuito de alterar indevidamente sua política de distribuição de dividendos, o que, em tese, fere dispositivos da Lei das Estatais.”
Na última quinta-feira (7), a Petrobras divulgou um lucro líquido de R$ 31 bilhões referente ao quarto trimestre de 2023. A estatal anunciou o que o mercado financeiro e seus investidores mais temiam ouvir: não haveria distribuição de dividendos extraordinários desse período devido à decisão do Conselho de Administração, que tem mais autoridade do que a diretoria. O conselho, composto por 11 membros, inclui seis representantes do Governo Federal. A decisão a respeito do tema ainda não está tomada.
Para o bem do Brasil, todos esperam que nada nos remeta aos episódios fatídicos lá de 2014. Naquele período, denúncias gravíssimas colocaram em xeque as estruturas da petrolífera e, por pouco, não terminaram em sua mais absoluta derrocada após três mandatos do PT.
Tal ferida ainda não cicatrizou.