Desde o início do terceiro mandato de Lula, o recordista de promessas não cumpridas parece liderar com uma equipe que não apenas falha em comunicar, mas faz questão de transformar cada oportunidade em mais um tropeço desastroso. A demissão em cadeia de ministros e o recuo sistemático diante da opinião pública expõem um governo que prefere vitimizar-se do que assumir sua evidente incompetência.
Sidônio Palmeira, o marqueteiro de campanha convertido em ministro da Secom, tenta maquiar o fracasso alegando que o Brasil “voltou ao Mapa da Fome” antes da chegada de Lula — como se isso fosse justificativa suficiente para a ausência de resultados até hoje. A retórica de que “a comunicação não alcançou a ponta” é risível. Não é a mensagem que está errada: é a realidade que contradiz o discurso.
Enquanto isso, o caos na estrutura de governo é sintomático. O Ministério das Comunicações virou sinônimo de escândalo, recusa e inoperância. Ninguém quer tocar no vespeiro, e com razão. Quando um deputado da base governista como Pedro Lucas Fernandes recusa o convite para o cargo, o que está implícito é claro: é melhor manter distância de um navio que já está fazendo água. E isso tudo em meio a denúncias de corrupção envolvendo o ex-ministro Juscelino Filho — mais um escândalo para a coleção do lulopetismo.
A comparação com Jair Bolsonaro é inevitável. A comunicação de Bolsonaro, embora polarizadora, era direta, eficaz e voltada a uma base fiel que entendia perfeitamente o recado. Com Trump, a lógica foi similar: uma mensagem sem intermediários, com clareza e força. O que vemos em Lula é o oposto: um presidente que prefere o improviso desastrado ao discurso estratégico, e que, mesmo quando lê o que está escrito, parece não entender o que fala.
Sidônio fala em “trabalhar com a verdade” como se fosse um mérito, não uma obrigação mínima. Reclama da força da direita nas redes sociais, mas ignora que a direita venceu esse território porque compreendeu algo que a esquerda ainda se recusa a aceitar: a comunicação não é apenas estética, é conteúdo com propósito. E enquanto Lula insiste em narrativas antiquadas e slogans vazios como “O Brasil é dos brasileiros”, a população sente na pele o aumento da inflação, o dólar fora de controle e o desgoverno em áreas como segurança pública e economia.
A verdade que o governo tenta esconder atrás de uma cortina de fumaça midiática é que não há projeto coeso. O “Brasil da esperança” virou o Brasil da confusão, da instabilidade e do improviso. E como sempre, quando falta competência, sobra retórica ideológica. O culpado da vez? A “extrema direita global”, a mesma que, ironicamente, tem ganhado eleições mundo afora exatamente por sua habilidade de se comunicar com o cidadão comum.
Lula, no fundo, ainda acredita que governa um Brasil de 2003. Mas este é 2025, e o povo já não compra mais promessas recicladas embaladas em propaganda estatal. A comunicação do governo é um desastre porque reflete com fidelidade o próprio governo: desorganizado, preso ao passado, e cada vez mais sem ninguém disposto a segurar a granada.