Sem a presença de Lula (PT) e sem a prometida picanha e cerveja da campanha, os atos do Dia do Trabalhador organizados por centrais sindicais em São Paulo nesta quinta-feira (1º) ocorreram com baixa adesão popular. A ausência de Lula marca a primeira vez, desde o início de seu atual mandato, que o petista não participa da data simbólica. A decisão, segundo interlocutores, foi tomada para evitar um novo desgaste político, especialmente diante do esvaziamento esperado e da recente revelação de fraudes no INSS.
Os eventos foram divididos entre a Praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital, e São Bernardo do Campo, no ABC paulista, reduto histórico de Lula. Apesar do esforço das centrais como Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central e Pública, o público foi modesto. O Governo Federal, que em 2024 havia enviado nove ministros, desta vez limitou-se à presença de três: Luiz Marinho (Trabalho), Cida Gonçalves (Mulheres) e Márcio Macêdo (Secretaria Geral), sem qualquer envolvimento direto da Secretaria Geral na organização.
O ministro Marinho minimizou a baixa mobilização, atribuindo o cenário a uma “retomada” dos sindicatos: “Hoje não foi um público que eles estavam acostumados a fazer no passado”, disse ele, destacando que a capacidade estrutural atual é inferior à de anos anteriores. Ao mesmo tempo, movimentos de esquerda seguem enfrentando dificuldades de engajamento: o protesto de março contra o PL que anistia os condenados do 8 de janeiro teve público quatro vezes menor do que o ato em apoio ao projeto promovido por conservadores duas semanas antes.
