O Tribunal Regional de Berna-Mittelland, na Suíça, anunciou a anulação da sentença que condenava Cuca, então jogador de futebol pelo Grêmio, por um suposto caso de estupro ocorrido na década de 80. A decisão marca uma reviravolta no processo judicial que pairava sobre o treinador brasileiro.
Apesar da anulação da condenação, Cuca não foi formalmente inocentado, apesar dos argumentos apresentados por sua defesa, que alega possuir provas contundentes de sua inocência. O caso remonta à época em que Cuca ainda atuava como jogador de futebol, e o suposto estupro teria ocorrido na noite de 30 de julho de 1987, quando a jovem Sandra Pfäffli visitou o quarto em que Cuca e três colegas de equipe estavam hospedados no Hotel Metropole de Berna, na Suíça, durante excursão do clube gaúcho pela Europa.
A defesa de Cuca sustentou que a condenação inicial aconteceu à revelia, buscando assim um novo julgamento. Contudo, o Ministério Público contestou a possibilidade, alegando a prescrição do crime. Diante desse impasse, sugeriu a anulação da pena e o encerramento do processo. A juíza Bettina Bochsler acatou a argumentação do Ministério Público, rejeitando a solicitação de um novo julgamento. Como parte da decisão, também determinou uma indenização do Estado suíço a Cuca no valor de 9.500 francos, equivalente a R$ 55 mil.
O caso ganhou notoriedade midiática no ano passado, especialmente quando Cuca foi contratado pelo Corinthians. O anúncio da contratação, em abril, gerou um forte movimento de protesto por parte dos torcedores corintianos, com cerca de 200 manifestantes expressando seu descontentamento do lado de fora do CT alvinegro. Na primeira entrevista coletiva como técnico do Corinthians, Cuca reafirmou sua inocência.
O brasileiro destacou que os últimos 8 meses foram emocionalmente difíceis, mas ressaltou sua convicção de que as circunstâncias ocorreram no tempo certo e sob a vontade de Deus.